Uma história de terror na região das Moreninhas, em Campo Grande capital de Mato Grosso do Sul, veio à tona quando uma adolescente de 17 anos foi encontrada em uma situação horrível. Mantida em cárcere privado por seu companheiro de 27 anos, ela enfrentou um pesadelo de abusos físicos e psicológicos. Felizmente, moradores da região denunciaram a situação, resultando no resgate da jovem na terça-feira (17).
A vítima relatou uma série de abusos aterradores. Ela sofreu espancamentos brutais, a ponto de perder a consciência, teve seu corpo queimado com água fervente e um ferro de passar roupa, e até mesmo choques elétricos. Além disso, o agressor a obrigou a introduzir objetos em partes íntimas e a tomar remédios controlados para deixá-la dopada.
De acordo com o relato da adolescente à polícia, o relacionamento com o agressor começou há cerca de um ano, e eles passaram a morar juntos há aproximadamente dois meses. No entanto, a partir do dia 10 de setembro, a jovem estava sob cárcere dentro da casa de horrores. Surpreendentemente, eles não têm filhos em comum.
A raiz de todos esses abusos, segundo a vítima, era o ciúmes do agressor, que é dependente químico. A situação atingiu o ápice na segunda-feira, 16 de setembro, quando o agressor, sob o efeito de entorpecentes, a trancou em casa e intensificou os ataques. Ele chegou ao ponto de aquecer água no fogão e jogá-la contra a jovem, causando graves lesões no braço esquerdo e pescoço.
O terror continuou quando ele utilizou um ferro de passar roupa aquecido para queimar as costas da vítima. Além disso, a adolescente sofreu choques elétricos, a introdução de objetos em partes íntimas e teve cabelos e partes íntimas cortados com uma faca. Os abusos físicos só cessavam quando ela desfalecia.
A vítima ainda relatou que, a cada dois dias, era obrigada a tomar medicamentos que a deixavam dopada. A terrível situação chegou ao conhecimento de moradores da região na terça-feira, 17 de setembro. Eles conseguiram contato com um tio do agressor, que foi até a casa e levou a jovem para a UPA Moreninhas, acionando a Polícia Militar.
Antes que a polícia chegasse, o agressor fugiu da residência, levando o celular da vítima. Até o momento, ele não foi localizado. Exames realizados na unidade de saúde confirmaram as terríveis agressões que a adolescente sofreu.
Após o atendimento médico, a jovem foi encaminhada à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde prestou depoimento e teve medidas protetivas estabelecidas. Além disso, ela receberá apoio psicossocial para ajudá-la a superar esse trauma. A faca utilizada nos crimes e os cabelos cortados foram levados à delegacia, enquanto a polícia continua em busca do agressor.
O caso está sendo tratado como crime de tortura, constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando sofrimento físico ou mental, bem como sequestro e cárcere privado, pois o crime foi praticado contra uma menor de 18 anos. Além disso, há a investigação de feminicídio na forma tentada, dado o grau de violência e a intenção do agressor.
