Um incidente inusitado e preocupante veio à tona nesta quarta-feira, 20 de agosto, em Indaiatuba, interior de São Paulo, quando funcionários do setor de raio-X dos Correios identificaram a presença de um animal vivo dentro de uma encomenda. A Polícia Militar Ambiental foi acionada e, ao abrir a caixa de papelão, deparou-se com um filhote de Píton Albina, uma espécie exótica de cobra que não pertence à fauna brasileira e pode atingir até 06 metros de comprimento.
O réptil, que possui entre dois e quatro meses de vida e cerca de 40 centímetros, estava enrolado dentro de uma embalagem plástica, uma prática comum em casos de tráfico de animais, conforme explicou o veterinário Diogo Siqueira, que auxiliou na ocorrência.
“Realmente o recipiente era bem pequeno, comum em casos de tráfico de répteis pelos Correios. Eles colocam em embalagens bem pequenas, para o animal não se mexer e não chamar atenção”, detalhou Siqueira.
Tráfico de Animais
O flagrante em Indaiatuba reacende o debate sobre o tráfico de animais no Brasil, um crime ambiental de grande impacto na biodiversidade e que, muitas vezes, utiliza os serviços postais para a movimentação ilegal de espécies. A Píton Albina, por ser uma espécie exótica e de grande porte, representa um risco tanto para o animal, submetido a condições precárias de transporte, quanto para o ecossistema local, caso fosse introduzida no ambiente natural.
Casos como este não são isolados. A Polícia Federal tem intensificado as operações de combate ao tráfico de animais por meio dos Correios, como demonstrado em ações recentes que desarticularam grupos criminosos envolvidos na comercialização ilegal de répteis exóticos e outras espécies [1, 2]. A legislação brasileira, como a Lei Federal de Proteção à Fauna (nº 5197/67), proíbe a caça, captura e comercialização de animais silvestres e exóticos sem autorização, com penalidades que podem ser agravadas por projetos de lei em tramitação [3, 4].
Cuidados veterinários e investigação
Após o resgate, a cobra foi encaminhada para uma clínica veterinária em Campinas, onde receberá os cuidados necessários e passará por exames de raio-X e ultrassom para avaliar seu estado de saúde. O destino final do animal será definido por decisão judicial.
O caso foi registrado como tráfico de animais, e as informações do remetente e destinatário da encomenda foram repassadas à Polícia Civil, que dará continuidade às investigações. A Polícia Militar Ambiental reitera a importância da denúncia e alerta que a criação, transporte e comércio de animais silvestres e exóticos sem a devida autorização configuram crime ambiental, sujeito a sanções administrativas e penais.
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