7 golpes com fraudes financeiras e como se proteger deles

Acompanhando a expansão da digitalização no Brasil, novos golpes e fraudes virtuais têm emergido de maneira cada vez mais frequente. Com abordagens sutis, que se passam, muitas vezes, por empresas, amigos ou familiares, os golpistas recorrem aos canais de contato mais pessoais dos usuários para solicitar informações confidenciais, como senhas e números de cartões, ou ainda os manipulam para que realizem transações enganosas.

Um exemplo recente é o chamado “Golpe do Acesso Remoto”, também conhecido como “Golpe da Mão Fantasma”. De acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), na situação, o fraudador entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco. Usa várias abordagens para enganar o cliente: informa que a conta foi invadida, clonada, que há movimentações suspeitas, entre outras artimanhas, e diz que vai enviar um link para a instalação de um aplicativo que irá solucionar o problema. Se o cliente instalar o aplicativo, o criminoso terá acesso a todos os dados que estão no celular.

“O banco nunca liga para o cliente pedindo para que ele instale nenhum tipo de aplicativo em seu celular. Também nunca liga pedindo senha nem o número do cartão ou ainda para que o cliente faça uma transferência ou qualquer tipo de pagamento para supostamente regularizar um problema na conta”, alerta Adriano Volpini, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.

“Se receber esse tipo de contato, desconfie na hora. Desligue e entre em contato com a instituição através dos seus canais oficiais e de um outro telefone para saber se algo realmente aconteceu com sua conta”, acrescenta Volpini.

Conheça outros sete golpes recentes listados pela Febraban e entenda como é possível evitá-los:

1. Golpe do falso motoboy

O golpe começa quando o cliente recebe uma ligação do golpista se passando por um funcionário do banco e alegando que o seu cartão foi fraudado. O falso funcionário solicita a senha e pede que o cartão seja cortado, mas que o chip não seja danificado. Em seguida, diz que o cartão será retirado na casa do cliente. O outro golpista aparece onde a vítima está e retira o cartão. Mesmo com o cartão cortado, o chip está intacto e os fraudadores podem utilizá-lo para fazer transações e roubar dinheiro da vítima.

Bancos nunca pedem o cartão de volta nem mandam portadores até a sua casa para buscá-lo. Se receber esse tipo de ligação ou visita, não entregue nada para ninguém e ligue imediatamente para o seu banco, de preferência de um celular, para saber se realmente existe algum problema com a sua conta.

2. Golpe da falsa Central de Atendimento

O fraudador entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco ou empresa com a qual ela tenha um contato ativo. Informa que sua conta foi invadida, clonada ou outro problema e, a partir daí, solicita os dados pessoais e financeiros da vítima. Pede até mesmo para que ela ligue na central do banco, no número que aparece atrás do seu cartão, mas o fraudador continua na linha para simular o atendimento da central e pedir os dados da sua conta, cartões e, principalmente, a senha quando você a digitar.

Se receber esse tipo de contato, desconfie na hora. Desligue e entre em contato com a instituição através dos seus canais oficiais, de preferência usando o celular ou aplicativos móveis, para saber se algo aconteceu mesmo com a sua conta. O banco nunca liga para o cliente pedindo senha ou número do cartão. Também nunca liga para pedir para realizar uma transferência ou qualquer tipo de pagamento.

3. Golpe no WhatsApp

Os golpistas descobrem o número do celular e o nome da vítima de quem pretendem clonar a conta de WhatsApp. Com essas informações em mãos, os criminosos tentam cadastrar o WhatsApp da vítima nos aparelhos deles. Para concluir a operação, é preciso inserir o código de segurança que o aplicativo envia por SMS sempre que é instalado em um novo dispositivo.

Os fraudadores enviam uma mensagem pelo WhatsApp fingindo ser do Serviço de Atendimento ao Cliente do site de vendas ou da empresa em que a vítima tem cadastro. Eles solicitam o código de segurança, que já foi enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro. Com o código, os golpistas conseguem replicar a conta de WhatsApp em outro celular, têm acesso a todo o histórico de conversas e contatos. A partir daí, enviam mensagens para os contatos, passando-se pela pessoa, pedindo dinheiro emprestado.

Primeiro, proteja o seu WhatsApp de invasões e clonagens. Nas configurações do aplicativo, clique em “Conta”, depois em “Confirmação em Duas Etapas” e ative essa funcionalidade de segurança com uma senha. Você diminui a chance de golpistas roubarem seu número. Nas configurações de privacidade, deixe a sua foto de perfil pública apenas para os seus contatos, assim ninguém a utiliza para golpes. Nunca compartilhe o código de segurança. E caso receba mensagens de parentes ou conhecidos pedindo dinheiro emprestado, confirme a identidade de quem está do outro lado.

4. Golpe da troca do cartão

Golpistas que trabalham como vendedores prestam atenção quando você digita sua senha na máquina de compra e depois trocam o cartão na hora de devolvê-lo. Com seu cartão e senha, fazem compras usando o seu dinheiro. O mesmo pode acontecer com desconhecidos oferecendo ajuda no caixa eletrônico. Eles se aproveitam de alguma dificuldade sua no terminal eletrônico para pegar rapidamente o seu cartão e depois devolver um que não é seu, ao mesmo tempo que espiam sua senha.

Então, fique sempre atento na hora das compras. Confira se é mesmo o seu nome impresso no cartão devolvido e, se possível, passe você mesmo o cartão na maquininha ao invés de entregá-lo para outra pessoa. Nos caixas eletrônicos, procure funcionários do banco devidamente uniformizados, não aceite ajuda de desconhecidos.

5. Golpe do link falso

Um golpe em que normalmente ofertas muito atrativas chegam por e-mail ou redes sociais como iscas para que os usuários informem seus dados, como número de CPF, conta, cartões e senhas. Essas mensagens também podem instalar vírus e aplicativos que roubam seus dados por meio de links maliciosos, permitindo que os golpistas acessem todas as suas contas.

Desconfie de mensagens que você não pediu ou aprovou e de ofertas cujos descontos são tentadores demais. Fique atento ao e-mail do remetente, empresas de grande porte não utilizam contas privadas como @gmail, @hotmail ou @terra e entidades públicas sempre usam @gov.br ou @org.br. Em caso de links, confira se o endereço da página corresponde ao correto. Em caso de dúvida, não clique.

6. Golpe do falso leilão

Golpistas criam sites falsos de leilão, anunciando todo tipo de produto por preços bem abaixo do mercado. Depois pedem transferências, depósitos e até dinheiro via Pix para assegurar a compra. Geralmente, apelam para a urgência em fechar o negócio, dizendo que você pode perder os descontos. Mas nunca entregam as mercadorias pagas. Além disso, os fraudadores podem se aproveitar para roubar informações importantes, como CPF e número de conta das vítimas.

Sempre pesquise sobre a empresa de leilões em sites de reclamação e confira o CNPJ do leiloeiro. Nunca faça transações financeiras em sites que não tenham o cadeado de segurança no navegador e certificados digitais para transações, nem faça transferências para contas de pessoas físicas.

7. Golpe do falso empréstimo

Organizações criminosas se passam por falsas instituições financeiras e oferecem empréstimos com condições muito vantajosas para o consumidor. As quadrilhas fazem anúncios em sites e oferecem crédito com condições muito atrativas, inclusive prometem liberação fácil de dinheiro para consumidores negativados. Quando o interessado preenche o cadastro nesses sites fraudulentos, os bandidos entram em contato e pedem para que ele assine um suposto contrato, mas, sem que o usuário perceba, colocam cláusulas impondo multas caso haja desistência. Para que o falso empréstimo seja liberado, os bandidos pedem o pagamento de taxas e impostos e dizem que a prática é normal.

A Febraban alerta que não existe nenhum tipo de empréstimo em que a pessoa tenha que fazer qualquer tipo de pagamento antecipado, seja de impostos, de preenchimento de cadastro ou de supostos adiantamentos de parcelas, e esclarece que esse tipo de abordagem é fraude. Em todas as operações de crédito regulares, o cliente recebe o dinheiro e não tem que pagar nada para obter o empréstimo. Desconfie de sites na internet que ofereçam crédito com condições vantajosas. Sempre pesquise e verifique se a instituição é autorizada pelo Banco Central para oferecer empréstimos.

fonte: Exame

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