Vacinação contra Covid-19 deve começar dia 20 em Mato Grosso do Sul

A vacinação contra a Covid-19 deve começar no dia 20 de janeiro deste ano. Esta foi a data anunciada pelo Ministério da Saúde e é o que espera o governo de Mato Grosso do Sul. Segundo o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, ele está otimista para que a população receba o imunizante ainda este mês.

“Acredito que no dia 20 de janeiro nós tenhamos o início da vacinação em todas as unidades da federação. Espero que todos nós tenhamos no mesmo dia e no mesmo horário o início da imunização. E eu estarei na fila e a doutora Crhistinne Maymone, minha secretária adjunta, também”, afirmou Resende.

Ontem, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, fez um pronunciamento e garantiu que, no melhor cenário, o Brasil já inicia sua campanha de imunização no dia 20 deste mês.

Ainda de acordo com o ministro, foram negociados 100 milhões de doses da Covonavac, feita pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac e também devem ser aplicadas doses do imunizante da Universidade de Oxford e do laboratório AstraZeneca.

“Diminuiu nossa angustia saber que pode ter início a campanha. A [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] Anvisa deve receber nas próximas horas a solicitação da Coronavac, para registro emergencial e na semana que vem a Fiocruz deve solicitar para a vacina de Oxford. Por aqui, estamos construindo nossa capacidade para encaminhar o imunizante para todas as unidades de saúde”, completou o secretário.

O governo de Mato Grosso do Sul já havia anunciado que esperaria até o dia 20 de janeiro para saber sobre compra e distribuição da vacina contra o novo coronavírus por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI). 

Caso não houvesse perspectiva, o plano B seria a compra, pelo próprio Estado, de doses da Coronavac.

O governo vai cumprir com o seu dever e as vacinas virão dentro do PNI. Só lançaríamos mão dessa alternativa se não tivesse calendário definido. Com essa fala de Pazuello e as informações, não será necessária a compra pelo Estado”, avalia.

Para a campanha, o Estado encaminhou ao Ministério da Saúde solicitação de luvas e demais insumos necessários para a aplicação das doses. Segundo o secretário, porém, para o início da imunização, os municípios sul-mato-grossenses têm quantidade suficiente para atender aos casos prioritários.

“Na segunda-feira, haverá outra reunião entre Ministério e secretarias e nós vamos ter mais dados a cerca de todos esses encaminhamentos. Nossa pretensão é ser referência de imunização no País, assim que chegar a vacina em todas as cidades, esperamos começar a vacinar”, completou Resende.

VACINAS

A compra da Coronavac gerou disputa política entre o governador João Doria (PSDB) e o presidente Jair Bolsonaro. Isso havia feito o ministro Pazuello recuar de uma proposta de aquisição do imunizante em outubro.

“Estamos hoje, na sequência da aquisição de doses com o Butantan, fechando contrato que vai a 100 milhões de doses. Máximo que ele [o instituto] consegue produzir. Já tínhamos um memorando assinado desde outubro, fim de setembro, comprometendo-nos com aquisição da totalidade produzida”. 

Ontem, o ministro Pazuello ainda disse que só conseguiu avançar no contrato com o Butantan após a edição de uma medida provisória (MP) que permite a compra de vacinas mesmo antes do registro ou aval para uso emergencial ser concedido pela Anvisa.

Disse que toda a produção do Butantan será incorporada ao PNI, coordenado pelo governo federal. Segundo Pazuello, 46 milhões da Coronavac serão distribuídas até abril. E mais 54 milhões no resto do ano. 

O governador de São Paulo, porém, fez anúncio diferente ontem – lá, a vacinação começa no dia 25 de janeiro.

Além do imunizante do Butantan, o ministro listou as negociações feitas pelo governo por vacinas. A aposta do governo federal é a vacina da AstraZeneca/Oxford. A Fiocruz deve distribuir 210,4 milhões de doses a partir de fevereiro e 2 milhões de unidades devem chegar neste mês, prontas, da Índia.

Ele ainda disse que negocia a compra da vacina russa Sputnik V, que será fabricada pela farmacêutica brasileira União Química e que a quantidade da compra está em discussão.

Pazuello citou negociação com a Janssen, que, segundo ele, é o “melhor negócio” entre as vacinas. Isso porque o preço é baixo e a imunização exige apenas uma dose, mas a farmacêutica ofereceu somente 3 milhões de doses ao País, com entrega que começaria no segundo semestre.

Pazuello declarou ainda que negocia a compra de 30 milhões de doses da vacina da Moderna, com entrega após outubro. E criticou a proposta da Pfizer, que exige não responder pelos efeitos colaterais registrados no País e também pela quantidade de doses ofertadas.  

EFICÁCIA

Ontem, o governo de São Paulo divulgou que a Coronavac tem 78% de eficácia. A expectativa é de que hoje o Instituto Butantan solicite à Anvisa a autorização para o uso emergencial do imunizante.  

Também foi informado que o imunizante apresentou 100% de eficácia na prevenção de casos graves, moderados ou que necessitassem de internação hospitalar. Isto é, nenhum voluntário vacinado precisou ser hospitalizado por causa do novo coronavírus. 

A eficácia de 78% é para casos leves ou que exigiram atendimento ambulatorial.

“Significa que a vacina tem alto grau de eficiência e eficácia contra a Covid-19. O objetivo é iniciar a vacinação no dia 25 de janeiro, como programado, e fornecer para todo o Brasil por meio do Ministério da Saúde”, disse o governador paulista.

Os testes clínicos da Coronavac no Brasil foram realizados com a participação de cerca de 12.476 voluntários, entre eles, alguns em Campo Grande, dos quais todos são profissionais de saúde, em 16 centros de pesquisa. 

Do total de voluntários, cerca de 160 pessoas do grupo que recebeu placebo teve a doença, entre os vacinados, foi pouco menos de 60. Os demais detalhes do estudo, como o intervalo de confiança, por exemplo, ainda não foram divulgados. 

Fonte: Correio do Estado

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