Segunda Habilitação mais cara do país é de MS, aponta pesquisa do Instituto

Segunda Habilitação mais cara do país é de MS, aponta pesquisa do Instituto

Uma pesquisa recente do Instituto Nexus, intitulada “Perfil do Condutor Brasileiro”, trouxe à tona um dado alarmante para os moradores de Mato Grosso do Sul: o estado possui a segunda CNH mais cara do país. Com um custo médio de R$ 4.477,95, a carteira de motorista aqui só perde para a do Rio Grande do Sul, que lidera o ranking com um custo médio de R$ 4.951,35 para as categorias A e B. A pesquisa ressalta que o alto valor da CNH é um fator decisivo para muitos brasileiros, dificultando o acesso à habilitação.

Os números revelam um cenário preocupante: 20 milhões de brasileiros dirigem sem habilitação e, entre os não habilitados, 49% justificam a falta do documento pelo seu alto valor. Além disso, 80% da população considera o custo da CNH muito caro, e 66% acredita que o valor cobrado é desproporcional ao serviço prestado. O perfil dos brasileiros com renda de até um salário mínimo é ainda mais impactante: 81% deles não possuem a habilitação. Na Paraíba, o custo é o menor do país, com um valor de R$ 1.950,40, enquanto em Santa Catarina, o valor é de R$ 3.906,90.

Diante desse cenário, o ministro de Estado dos Transportes, Renan Filho, apresentou uma proposta para baratear o processo. A ideia é reduzir em até 80% o custo da carteira de motorista, permitindo que os candidatos optem por fazer os exames diretamente no Detran, sem a obrigatoriedade de passar por um Centro de Formação de Condutores (CFC). A nova proposta sugere que as aulas teóricas sejam oferecidas no formato de Educação a Distância (EAD) e que as aulas práticas possam ser feitas com instrutores autônomos credenciados. As provas teóricas e práticas, no entanto, continuariam obrigatórias.

Detran-MS defende taxas e Sindicato das autoescolas questiona pesquisa

Em resposta aos dados, o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) informou que as taxas da primeira habilitação (categoria A ou B) totalizam R$ 818,77. Esse valor é a base para o investimento contínuo em tecnologia, sistemas de segurança e inovação na gestão da emissão do documento no estado. O Detran-MS também destacou a digitalização de processos para agilizar o atendimento e garantir um processo seguro e eficiente. O valor pode ser maior para aqueles que optam pelas categorias A e B, chegando a R$ 952,95.

Por outro lado, o presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Mato Grosso do Sul (SindCFCMS), Henrique José Fernandes, questionou a origem dos valores da pesquisa e expressou preocupação com a proposta de mudança. Ele alertou que o fim da obrigatoriedade das autoescolas pode colocar em risco 6 mil empregos no estado. A Associação Nacional dos Detrans (AND) também se manifestou contra a alteração, defendendo a excelência do ensino para a segurança viária e a redução de acidentes. A pesquisa do Instituto Nexus, portanto, abre um debate complexo sobre os custos da CNH, a segurança no trânsito e o futuro do modelo de formação de condutores no país.

Siga nosso Instagram!

Jornalista, fotógrafo, editor chefe do portal InterativoMS e apaixonado por inovação e política.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.