Na teoria queremos salvar as vidas e a economia brasileira, mas, na prática, nossa preocupação destoa disso e se alinha com o ódio entre apoiadores de determinados líderes políticos nacionais. Divididos em dois grupos: isolacionistas versus liberais, a pandemia virou pandemônio político e caso alguém do outro “time” precise de abrigo, parece-me que vai morrer, já que o porco-espinho e a bexiga não podem (ou não querem) se abraçar.
Muito além de ter empatia ao próximo, que neste quesito o brasileiro tem se mostrado solidário, a questão era simples: um lado ganharia e o perdedor deveria respeitar aqueles que colocaram a mão na taça (afinal, sempre foi assim), no entanto, isso não aconteceu e discordar do isolamento social ou falar em cuidar da economia, virou guerra. E, embora tenhamos evoluído na solidariedade, ainda pecamos no que se refere a respeitar a opinião do próximo, mesmo quando o próximo está bem longe na rede social.
Com o passar dos dias e, talvez, o fim desse desespero social o que fica é a incerteza se o isolamento nos distanciou ou se o “racha” foi promovido pelas diferentes formas de pensar. Tanto a vida quanto a economia deveria ser uma preocupação latente, todavia ter político de estimação e segui-lo cegamente como ídolo é arriscado, em bons e péssimos momentos.