Por que o real é a moeda que mais perdeu valor? O real brasileiro lidera a lista das moedas mais desvalorizadas frente ao dólar em 2024. Nesta quarta-feira, 18 de dezembro, o dólar atingiu R$ 6,26, um novo recorde. Na quinta-feira, 19, a moeda americana chegou a R$ 6,30, marcando a maior cotação da história.
Entre as moedas mais negociadas globalmente, o real apresentou uma desvalorização de 21% desde o início do ano. Nesse contexto, apenas outras quatro moedas tiveram quedas expressivas acima de dois dígitos, como o peso mexicano (16%) e a lira turca (16%).
O impacto global na valorização do dólar
O aumento global do dólar em 2024 foi impulsionado por políticas monetárias nos Estados Unidos. Após a pandemia, o Federal Reserve elevou os juros para controlar a inflação. Como resultado, essa medida atraiu investidores globais, aumentando a demanda pela moeda americana.
A forte valorização do dólar pressionou moedas emergentes, incluindo o real. Além disso, as eleições nos EUA, com a vitória de Donald Trump, intensificaram o movimento. A expectativa de políticas econômicas voltadas para o protecionismo e a alta da inflação americana colaboraram para manter o dólar elevado.
Por que o real é a moeda que mais perdeu valor?
A economia brasileira enfrentou desafios internos que, certamente, contribuíram para a depreciação da moeda. A inflação alta, atualmente acima da meta de 4,5%, e dúvidas sobre o equilíbrio fiscal do governo são fatores-chave. Além disso, o aumento da taxa Selic para 12,25% também não impediu a queda do real.
Desde novembro, o real se desvalorizou 7,3%, passando de R$ 5,67 para R$ 6,12. Apesar de juros elevados, incertezas econômicas e políticas dificultaram a atração de investidores internacionais, ampliando a pressão sobre a moeda.
Perspectivas para 2025
Especialistas divergem sobre o futuro do dólar e do real em 2025. Algumas projeções indicaram uma leve queda do dólar nos próximos anos, mas sem grandes valorizações do real. O boletim Focus, por exemplo, previu o dólar a R$ 5,85 em 2025 e R$ 5,70 em 2027.
Enquanto isso, o governo busca medidas para equilibrar as contas públicas, e o cenário global, bem como a política econômica americana, continuarão influenciando a cotação do real. Assim, a volatilidade deve seguir presente no mercado de câmbio, refletindo as incertezas domésticas e internacionais.