Multinacional vai investir R$ 15 bilhões em Inocência

A multinacional Arauco, com sede no Chile, confirmou nesta quarta-feira (22) a mais nova planta processadora de celulose com sede em Mato Grosso do Sul.  

Com investimentos orçados em R$ 15 bilhões (US$ 3 bilhões), a planta será instalada em Inocência  (MS). 

A fábrica terá capacidade de processamento de 2,55 milhões de toneladas por ano, se igualando a planta que é erguida em Ribas do Rio Pardo pela Suzano.

O Correio do Estado já havia adiantado o nome da empresa.

Conforme os dados preliminares, a construção começará em 2024 e a indústria deve entrar em operação em 2028.

Na segunda-feira (20), Azambuja deu a pista ao afirmar que anunciará nos próximos dias a construção no Estado de uma unidade processadora de celulose ainda maior do que a que está em construção pela Suzano em Ribas do Rio Pardo.  

Na ocasião, só não informou o nome da empresa, para não romper quebra de acordo de confidencialidade.  

Em agenda nesta tarde, o governador vai informar em evento a chegada da nova indústria.

Com isso, o Estado deve firmar-se como o maior produtor de celulose do Brasil e uma das maiores regiões produtoras deste tipo de fibra vegetal do mundo, com mais de 10 milhões de toneladas processadas por ano.  

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Evento para formalização do contrato foi realizado na tarde desta quarta-feira – Eduardo Miranda

MULTINACIONAL

A Arauco, apesar de não listar suas ações na Bolsa de Valores brasileira, a B3, comercializa suas ações na Bolsa de Santiago. E não pode fazer anúncios da magnitude de uma nova planta sem antes comunicar seus acionistas.  

A nova planta será construída na região noroeste do Estado, que também ficou conhecida no passado como Bolsão.  

Atualmente, a multinacional chilena já mantém um investimento na região: a Mahal Empreendimentos e Participações S.A., localizada na MS-240, no município de Paranaíba, cuja unidade, porém, está mais próxima da cidade de Inocência.  

A Arauco mantém florestas plantadas em Inocência, Paranaíba e Aparecida do Taboado.  

Os sinais de que a empresa chilena pretendia expandir suas ações na região começaram a ser dados no fim do ano passado, quando a Mahal (subsidiária da Arauco) foi ao mercado para emitir R$ 150 milhões em Cédula de Produto Rural (CPR) por meio do Banco Safra.  

O objetivo seria financiar a expansão de florestas plantadas, adotando, inclusive, práticas ESG (Enviromental, Social e Governance – Ambiente, Social e Governança, na tradução livre), que tem sido cada vez mais cobrada por investidores.  

A Mahal, atualmente, já fornece eucaliptos para a unidade processadora de celulose da Bracel, localizada em Lençóis Paulista (SP). A possibilidade de uma parceria entre Arauco e Bracel não é descartada.  

No Brasil, o grupo chileno Arauco tem unidades em Piên e em Jaguariaíva (850 mil m³/ano), ambas no Paraná. No município de Araucária (PR), região metropolitana de Curitiba, mantém uma planta química industrial (142 mil toneladas/ano), produzindo resinas e outros produtos, para comercialização e para abastecer suas unidades industriais de painéis no Paraná.

A multinacional chilena conta com indústrias de celulose, papel e derivados de madeira no Chile, na Argentina, no Uruguai, no Brasil e no México.

CELULOSE EM MS

Atualmente, a maior planta de celulose em operação em Mato Grosso do Sul é a planta 2 da Suzano, em Três Lagoas, com capacidade de processar 1,9 milhão de toneladas de celulose por ano.  

A segunda maior fábrica é a planta 1 da Eldorado Brasil, com capacidade de 1,7 milhão de toneladas. A planta 1 da Suzano, também em Três Lagoas, tem 1,3 milhão de toneladas de capacidade.  

A planta de Ribas do Rio Pardo, em construção pela Suzano, terá capacidade, quando concluída, de processar 2,55 milhões de toneladas. O investimento em sua instalação supera R$ 16 bilhões.  

ELDORADO

O Correio do Estado também apurou que Mato Grosso do Sul ainda tem no radar mais uma nova planta de celulose. Seria a segunda unidade processadora da Eldorado, com capacidade para processar aproximadamente 2 milhões de toneladas ano.  

A empresa, controlada pelo grupo J&F, já tem florestas plantadas suficientes para atender a nova unidade. Ela só não coloca o plano em operação porque aguarda a resolução da disputa judicial e extrajudicial (na corte arbitral) pelo controle da empresa.  

O grupo de capital indonésio Papel Excellence, que tem 49% das ações, reivindica o controle, o que trava os planos da holding J&F, a mesma que controla os frigoríficos JBS e empresas financeiras como o Banco Original e a fintech PicPay. 

Fonte: Correio do Estado

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