Com a notícia de que a Escola Estadual Zamenhof, localizada na Rua Dom Aquino, no Bairro Amambai, vai fechar as portas ainda neste ano, pais e alunos se reuniram na tarde desta quinta-feira (20) em frente a unidade escolar após reunião com a diretora para discutir sobre fechamento da instituição escolar. Desorientados com a nova notícia, os 179 pais de alunos matriculados admitem que na situação atual não sabem o que fazer.
É o caso da confeiteira, Renata Santana, de 30 anos, que tem dois filhos matriculados há pelo menos 2 anos na escola. “Meus filhos estudam aqui há anos. Um deles tem acompanhamento com uma professora de apoio, porque tem Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDH). Essa é a única escola perto da minha casa que tem inclusão social, eu tô tão chocada e revoltada que tô sem ação”, contou.
Professora que trabalha na escola há 3 anos e não quis ser identificada, contou ao Correio do Estado que a Secretaria de Educação entrou em contato com a diretora ainda ontem (19) e avisou que a escola seria fechada. o motivo seria o corte de gastos. “Na hora que ela mandou mensagem no grupo dos professores, todo mundo ficou arrasado. Eu tenho dois filhos que estudam aqui e eles não querem deixar a escola e a professora deles, é uma tristeza”, disse.
Agora, a preocupação dos pais é com o remanejamento das vagas para outras escolas. O militar aposentado Wilson Batista dos Santos, de 58 anos, está preocupado com a vaga da filha de apenas 7 anos de idade que está no segundo ano do ensino fundamental. “Só falaram até agora que a escola vai fechar, mas não falaram o que vem depois. Esperaram a gente matricular as crianças aqui, agora vão jogá-las em um banco de vagas. Como eu vou saber se minha filha vai conseguir outra vaga a tempo para o ano que vem? se não for em uma escola perto da minha casa, como que fica a condução para levá-la? Isso é uma falta de respeito, estou revoltado, contou.
Aos poucos as professoras da escola foram saindo segurando as caixas com pertences pessoais e livros. “Nós professores que somos concursados, não sabemos para onde vamos”, o que fica é o vazio. Essa é uma das melhores escolas de Campo Grande, tem gente que atravessa a cidade para deixar o filho aqui, porque é caminho do trabalho, até filho de médico estuda aqui, isso é muito triste”, disse outra professora que também não quis ser identificada.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Educação para saber sobre o fechamento desta e de outras unidades de ensino de Campo Grande que estão sendo fechadas, mas até a publicação, não houve retorno.
OUTRAS ESCOLAS
Grupo de 60 pessoas entre pais, estudantes e funcionários da Escola Estadual Riachuelo, no Bairro Cabreúva se reuniram ontem (19), para protestar contra o fechamento da Escola Estadual Riachuelo. Professores e servidores administrativos alegam que foram informados no dia anterior por meio de comunicação interna sobre o encerramento das atividades no local. O prédio será utilizado para ser a sede da Escola de Governo.
A escola Riachuelo possui cerca de 400 alunos que já foram expulsos de outras instituições ou cumprem medidas socioeducativas. Na unidade há todo um trabalho de acolhimento psicossocial para esses estudantes continuarem na sala de aula. Com o fechamento das portas eles serão transferidos para a Escola Estadual Hércules Maymone.
Na Escola Estadual Consuelo Muller as atividades também foram encerradas.
Fonte: Correio do Estado
