Em um caso que choca Mato Grosso do Sul e revela a coragem de uma criança, a justiça decreta sentença condenatória após crimes que duraram 02 anos. A revelação, em uma singela carta na escola, foi crucial para a ação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
A justiça de Mato Grosso do Sul fez valer o grito silencioso de uma criança, condenando um homem a 14 anos de prisão em regime fechado pelo crime de estupro de vulnerável. A vítima? Sua própria sobrinha, que tinha apenas 07 anos quando os abusos começaram. Este não é apenas mais um número nas estatísticas; é um exemplo de como a violência intrafamiliar age nas sombras e de como a coragem pode vir na ponta de um lápis.
A sentença, obtida pela 68ª Promotoria de Justiça de Campo Grande do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), põe fim a um ciclo de terror que se estendeu de 2017 a 2019. O que quebrou o silêncio foi um ato de desespero e bravura: uma carta escrita pela garota à direção de sua escola. Com medo de que o tio, preso por roubo na época, fosse solto e a agredisse novamente, ela encontrou forças para denunciar os horrores sofridos.
O promotor de justiça titular do caso destacou a coerência e veracidade do relato da criança, que foi corroborado por outros elementos dos autos. A palavra da vítima, fragilizada pela tenra idade e pelas constantes ameaças do agressor, mostrou-se a verdade mais pura e contundente perante a lei. A pena, além de severa, carrega um aumento legal devido ao parentesco – um agravante que destaca a traição à confiança familiar.
Além dos 14 anos de prisão, o condenado terá que arcar com uma indenização por danos morais no valor de R$ 5 mil, a ser pago à vítima. O valor, simbólico perante o trauma, representa o reconhecimento formal do sofrimento imposto e uma tentativa de contribuir para a reconstrução da vida da jovem.
Este caso serve como um alerta urgente para a sociedade: a violência sexual contra crianças muitas vezes parte de dentro de casa. Ele também evidencia a importância crucial das escolas como redes de apoio e a necessidade de se dar crédito absoluto à fala das crianças. A ação firme do MPMS garantiu que um predador fosse retirado das ruas, mas a pergunta que fica é: quantas outras vozes ainda precisam ser ouvidas?
A condenação foi divulgada nesta quarta-feira, 17 de dezembro, e reforça o compromisso das instituições de Mato Grosso do Sul no combate a crimes hediondos. A mensagem é clara: impunidade zero para quem viola a inocência.
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