Homem descobre filha em grupos online de automutilação e decide expor a história para alertar outros pais sobre os perigos escondidos nas redes sociais. Paulo*, empresário, percebeu comportamentos estranhos da filha Júlia*, de 12 anos, e após uma crise emocional da jovem, pediu a uma funcionária que verificasse o celular da garota. O que encontrou foi alarmante: Júlia participava de grupos secretos no Discord onde adolescentes eram desafiados a se automutilar e cometer atos extremos.
A situação começou quando a adolescente foi abordada por usuários na plataforma Roblox e depois migrada para o Discord. Lá, ela recebia ordens em jogos violentos, conhecidos como “lulz”, com desafios como cortar a pele, beber água da privada e até tatuar símbolos no rosto. Áudios mostravam outros participantes comemorando a conclusão dos atos.
No terceiro parágrafo, reforça-se que o homem descobre filha em grupos online de automutilação, após ela mesma pedir ajuda: “Pai, me interna”. A partir desse momento, o pai substituiu o celular da jovem por um aparelho básico, tentou controlar o acesso digital e escreveu um livro para alertar outros pais.
Especialistas como a psicóloga Fabiana Vasconcelos e o delegado Alessandro Barreto explicam que tais desafios não ocorrem mais apenas na deep web, mas em plataformas conhecidas, muitas vezes sob códigos e linguagens específicas. O delegado alerta: “O jovem busca pertencimento, mesmo que isso envolva mutilação ou humilhação”.
A psiquiatra Danielle Admoni destaca que a automutilação é um importante sinal de alerta e que a resposta precisa ser contínua, com paciência, vínculo e escuta ativa. Ela enfatiza que adolescentes com vínculos sólidos e apoio emocional são menos vulneráveis a esses grupos.
Plataformas como Roblox e Discord afirmam investir em segurança, com filtros, moderação e colaboração com autoridades. O caso serve como alerta urgente: basta um link para colocar crianças em risco.
*Os nomes foram alterados para preservar a identidade dos envolvidos.
Em caso de emergência emocional, o CVV oferece atendimento gratuito pelo 188 ou em www.cvv.org.br.
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