Em uma guinada estratégica, o governo liderado por Eduardo Riedel (PSDB) em Mato Grosso do Sul passará por mudanças significativas na sua articulação política a partir da segunda quinzena de maio. Sérgio de Paula, atual secretário executivo do governo no Distrito Federal, torna-se o principal responsável pela articulação política na administração estadual. Paralelamente, o ex-governador Reinaldo Azambuja assume o papel de liderança na preparação do partido para a campanha de 2024.
Nessa nova configuração, Pedro Caravina, secretário de Governo e Gestão Estratégica, perde influência na administração estadual, segundo fontes próximas ao governo. Eduardo Rocha permanece na secretaria da Casa Civil, atuando como a ponte entre a governadoria e a Assembleia Legislativa, bem como com o governo federal, dado seu vínculo matrimonial com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). Rocha mantém sua posição de destaque no governo.
A redefinição política foi decidida durante uma reunião de cúpula realizada na tarde de segunda-feira (15), que se estendeu até a noite. Na ocasião, Riedel e Azambuja comunicaram que o projeto do partido para 2026, possivelmente visando a reeleição de Riedel, depende do bom desempenho do partido em 2024. Por esse motivo, Azambuja e De Paula assumem a articulação política com prefeitos e vereadores do interior a partir de agora até o próximo ano.
A nova estratégia de articulação política desagradou Pedro Caravina, que almejava continuar responsável pela articulação com os municípios onde possui influência e aliados diretos, como Bataguassu, onde foi prefeito, além de cidades como Selvíria e Inocência. Azambuja e De Paula foram enfáticos com Caravina, afirmando que não haverá divisão na estratégia. Caso o atual secretário de Governo não concorde com a mudança, existe a possibilidade de ele retomar seu mandato de deputado estadual pelo partido.
Outros assuntos abordados na reunião da cúpula incluíram a aliança com o MDB e futuras indicações para vagas no Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul. Atualmente, três conselheiros, Iran Coelho das Neves, Waldir Neves e Ronaldo Chadid, foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República por crimes de colarinho branco, como fraude em licitação, peculato (desvio de dinheiro público), corrupção e lavagem de dinheiro.
