Demitido em dezembro pelo Governo do Estado do cargo de fiscal de obras da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), Wilson Roberto Mariano, foi condenado a devolução de valores para os cofres estaduais. Além dele, sua mulher, Maria Helena de Oliveira, e sua filha, Mariane Mariano D’Ornellas, também foram condenados.
Conhecido como Beto Mariano, o ex-servidor foi investigado na Operação Lama Asfáltica por desvio de recursos públicos. A decisão obrigando pelo ressarcimento foi dada pelo juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, David de Oliveira Gomes Filho, e ainda é passível de recurso em instâncias superiores.
Ao todo, os valores que retornarão ao Estado passa dos R$ 15,5 milhões, ainda sem a devida correção monetária e aplicação de juros correntes. Beto e Maria Helena terão que pagar os maiores valores, conforme a sentença de Gomes Filho.
Cada um deles terão que devolver R$ 2.913.714,61 que teriam sido acrescidos aos seus patrimônios ilicitamente, além de pagarem também ao Estado multa civil de R$ 3 milhões. Já Mariane foi sentenciada a pagar R$ 1.894.229,67 que teriam sido obtidos ilegalmente, além de multa civil de R$ 1,8 milhões, também para o Estado.
Os três não poderão exercer função pública no momento e ainda ficarão os direitos políticos suspensos por oito anos, conforme a sentença. Mais R$ 3 milhões deverão ser pagos por eles como danos morais coletivos. O recurso deverá ser revertido para o Funles (Fundo de Defesa e de Reparação de Interesses Difusos Lesados).
MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e PGE (Procuradoria-Geral do Estado) entraram com embargos de declaração pedindo além de referência ao local de destinação dos recursos descritos acima, também a inclusão de outro servidor, João Afif Jorge. Contudo, essa última foi negada pelo juiz.
Beto Mariano também é acusado de integrar esquema de laranjas para encobrir os desvios de dinheiro dos cofres estaduais, durante a gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB). Ele chegou a ser preso em 2015, mas acabou solto.
Depois, ele foi demitido do cargo no Governo do Estado por “faltas disciplinares gravíssimas” em agosto de 2019, acusado de participar de irregularidades nas obras de pavimentação da MS-430. Porém, em outubro de 2020, ele foi readmitido em função de uma medida liminar da Justiça, sendo novamente demitido em dezembro.
Fonte: Campo Grande News