O ex-militar da FAB, Tamerson Ribeiro Lima de Souza, condenado a 23 anos e quatro meses pela morte da paranaibense Natalin Nara Garcia, será submetido a um novo julgamento devido à não consideração da qualificação de feminicídio no caso. A promotora do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Luciana do Amaral Rabel, obteve a aprovação da apelação junto à 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
No desfecho do julgamento realizado em novembro de 2022, Tamerson foi considerado culpado por homicídio qualificado com motivo torpe, asfixia, cometido na presença da criança e ocultação de cadáver. No entanto, a tese da defesa prevaleceu, resultando na exclusão da qualificadora de violência doméstica e familiar. Por consequência, a acusação de feminicídio, que carrega uma pena de 12 a 30 anos de prisão, não foi estabelecida.
O trágico evento ocorreu na madrugada de 4 de fevereiro de 2022, na residência do casal, situada no Residencial Oliveira. O relacionamento entre Tamerson e Natalin, que durava quatro anos e resultou em uma filha, teve um desfecho fatídico após uma discussão naquela noite. O ex-militar estrangulou Natalin usando um golpe de “mata-leão”.
Tamerson passou parte de sua detenção na Base Aérea de Campo Grande, onde foi capturado em flagrante logo após a descoberta do corpo de Natalin. Contudo, devido à sua exclusão da FAB, ele foi transferido para um presídio.
O novo julgamento oferece a esperança de uma avaliação mais precisa da situação, levando em conta a relevância do feminicídio como um crime que exige um tratamento legal específico. A sociedade aguarda atentamente o desfecho deste caso, que traz à tona questões cruciais sobre violência de gênero e justiça.