O sonho do paranaibense Diego Mahfouz Faria Lima de ser eleito o ‘melhor educador do mundo’ foi adiado. A premiação, que aconteceu durante o Global Education & Skills Forum, realizado em Dubai, nos Emirados Árabes, consagrou a professora de artes britânica Andrea Zafirakou, que leva para Brent, uma das áreas mais pobres do Reino Unido, o prêmio de US$ 1 milhão (cerca de R$ 3,2 milhões).
Zafirakou superou outros nove educadores que estavam na lista de Top 10, dentre eles, o professor brasileiro de São José do Rio Preto, SP. A seleção do Global Teacher Prize teve 30 mil inscritos de 173 países.
Mas se o prêmio não veio, estar na lista final, divulgada no último dia 17 de fevereiro, já foi uma enorme supresa para Diego Mahfouz. “Inacreditável. Quando fiquei entre os top 50 já achei inacreditável, fiquei muito contente”, disse, logo após a indicação de que estaria na final.
Em Dubai, Faria Lima se apresentou para jornalistas, falou da situação da educação no Brasil ao lado de nomes como Felipe Sigollo, secretário executivo adjunto do MEC, Ricardo Paes de Barros, do Instituto Ayrton Senna e Denis Mizne, da Fundação Lemann.
“Brent tem a maior diversidade étnica do Reino Unido, com mais de 149 línguas. E melhor que podemos fazer é ensinar, é celebrar diversidade. Para todos os estudantes do mundo, eu digo, não importa o quão difícil seja sua vida, saiba que você pode fazer tudo”, diz Zafirakou que recebeu o troféu, trazido ao palco pelo tetracampeão mundial de Fórmula 1, Lewis Hamilton, das mãos do xeque Hamdan bin Mohammed Al Maktoum, príncipe de Dubai.
A professora britânica tem uma proposta simples: mais respeito às disciplinas de artes nos currículos, já que trata-se da primeira área a ser cortada da educação ao menor sinal de problemas no orçamento. “A arte tem uma importância enorme. Ela encoraja, dá confiança, desenvolve a criatividade, e não tem barreira étnica, religiosa, racial. A arte é a soma de todas as ciências, e ajuda a conectar os pontos e a resolver problemas”, diz Zafirakou.
O Global Teacher Prize é organizado pela Varkey Foundation – uma organização sem fins lucrativos criada para promover a educação. “Eu espero que a história do Diego possa inspirar aqueles que buscam carreira no magistério, assim como acender um holofote sobre o incrível trabalho realizado por professores no Brasil e no mundo”, declarou Vikas Pota, CEO da Varkey.
Mesmo sem levar o troféu para São José do Rio Preto, onde trabalha, Diego tem motivos para comemorar. “Ter dado voz aos alunos e fazer a comunidade participar da escola fez com que o tráfico e a violência fossem afastados da escola e as crianças pudessem voltar a sonhar”.
Por: G1