Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente do Brasil, declarou na quarta-feira, 06 de novembro, que a reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos é um “passo importantíssimo” para seu objetivo de disputar as eleições de 2026 e retornar ao Palácio do Planalto em 2027. Bolsonaro destacou a importância do resultado americano.
“É igual a uma caminhada de mil passos, você tem que dar o primeiro, tem que dar o décimo. E o Trump é um passo importantíssimo”, afirmou Bolsonaro. O ex-presidente acredita que a vitória de Trump enviará uma mensagem de que sua inelegibilidade resulta de uma suposta armação para impedir sua participação nas eleições.
Condenado em 2023 pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder político e econômico, Bolsonaro teve a inelegibilidade decretada até pelo menos 2030. A condenação se deu após a disseminação de desinformação sobre o processo eleitoral durante reunião com embaixadores e utilização eleitoral do evento do Bicentenário da Independência. Além disso, ele ainda enfrenta outras investigações que podem levar a penas de prisão de até 23 anos e prolongar sua inelegibilidade por mais de 30 anos.
Bolsonaro enfatizou seu bom relacionamento com Trump e relembrou discussões bilaterais sobre temas como o comércio de aço e etanol. “Sempre tive um bom relacionamento [com Trump]. Falava com ele que um comércio norte-sul seria muito bom”, declarou. Ele também mencionou o apoio do ex-presidente americano ao Brasil como aliado extra da OTAN, garantindo acesso mais rápido e barato a tecnologia militar.
Para Bolsonaro, a reeleição de Trump teria impactos globais. “Vai refletir no mundo. É um país que é a maior democracia do mundo, projeta poder. Não tivemos conflito enquanto Trump estava lá”, afirmou, destacando a relevância do discurso de liberdade promovido por Trump, com o apoio de figuras como Elon Musk.
Ao ser questionado sobre possíveis repercussões para o Brasil, Bolsonaro pontuou: “Talvez fique um recado da própria eleição que queremos, cumprimento das leis, Estado democrático de Direito na prática”.
Comparando sua situação com a de Trump, Bolsonaro destacou semelhanças nas acusações enfrentadas. “Lá teve o Capitólio, que teve mortes. Tentaram de todas as maneiras colocar na conta dele. Ele enfrentou a perseguição do Judiciário”, disse, mencionando as diferenças de escala entre os contextos dos dois países.
Sobre seu desejo de voltar à presidência, Bolsonaro afirmou: “Eu tenho um sonho. Qual é o sonho? De ajudar o Brasil”. Ele reforçou que a conquista de uma boa bancada em 2026 seria crucial para essa meta. Atualmente, ele estima que teria apoio de 20% da Câmara e 15% do Senado, mas espera uma “bancada enorme” nas próximas eleições.
Bolsonaro concluiu suas declarações destacando a importância do Parlamento como a “última palavra” no poder e criticando a atuação do Judiciário. “Comigo, tinha no mínimo uma intervenção do Supremo por semana”.
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