Banco Central projeta Selic a 14,25% ao ano em março sem fim de altas, o Banco Central divulgou nesta terça-feira, 04 de fevereiro a ata com as razões para a segunda elevação consecutiva de 1 ponto percentual da taxa básica de juros, de 12,25% ao ano para 13,25% ao ano.
No documento, os diretores do Copom mantêm a previsão de aumento da taxa Selic para 14,25% em março. Portanto, sem antever o fim do ciclo de aperto monetário, a ata destaca o “firme compromisso” em conter a inflação e prevê um novo estouro do limite da meta em junho.
Banco Central projeta Selic a 14,25% ao ano em março sem fim de altas
O que aconteceu? O Banco Central prevê nova alta da taxa Selic em março. Além disso, a nova elevação de 1 ponto percentual foi antecipada pela ata do Copom. A decisão considera a “continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação” para a meta, fixada em 3% para este ano, com margens de tolerância de 1,5 ponto percentual (de 1,5% a 4,5%).
Próximas definições da taxa Selic permanecem incertas. O Copom não antevê o fim dos ajustes após a reunião de março e, portanto, destaca a importância de avaliar o ritmo da inflação para as futuras decisões. Serão considerados os “componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.
Cenário inflacionário permanece “desafiador”, segundo o Copom. A ata cita o recente aumento do preço dos alimentos, principalmente das carnes, como um dos motivos para a adversidade da inflação no curto prazo. “Esse aumento tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”, afirma o documento.
Inflação de serviços permanece acima do nível esperado. Os diretores da autoridade monetária avaliam que os preços relacionados ao setor que representa 70% da economia nacional aceleraram nas observações mais recentes e continuam acima do nível compatível com o cumprimento da meta.
Projeções para inflação aumentam em diferentes análises. Portanto a autoridade monetária declara que diferentes instrumentos e grupos de analistas apontam para a elevação significativa dos preços em todos os prazos, tornando o cenário “mais adverso”. “A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida.”
Portanto o Copom estima que o teto da meta será furado em junho. Com a alteração dos regimes de metas a partir deste ano, o BC antevê que terá a necessidade de se justificar sobre o estouro do IPCA no meio deste ano, quando a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima de 4,5% por seis meses consecutivos.
Contas públicas
Contas públicas permanecem no radar do Banco Central. O Copom afirma que acompanha como o andamento da política fiscal impacta a política monetária e resulta em inflação. “O debate do Comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas”, diz a ata.
Estados Unidos
Ambiente econômico dos Estados Unidos ainda preocupa. Os diretores da autoridade monetária nacional afirmam que o andamento da política econômica norte-americana torna o ambiente externo “desafiador”. Entretanto os pontos de atenção estão os ritmos de desaceleração e de desinflação do país e a postura a ser adotada pelo Federal Reserve, o BC dos EUA.
No entanto, tarifas impostas por Trump podem afetar diversos países. Na avaliação do Copom, a introdução das taxas de importação nos Estados Unidos e as alterações em preços da matriz energética têm potencial para afetar as condições financeiras e os fluxos de capital para as nações emergentes, a exemplo do Brasil.
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