Ainda faltam nove dias para a estreia do Brasil na Copa do Mundo, contra a Suíça. Antes, neste domingo (10), os comandados de Tite fazem o último amistoso preparatório, quando encaram a Áustria em sua capital, Viena. Para que a seleção possa ter um bom desempenho e chegue ainda mais confiante para o Mundial, do qual é uma das favoritas ao título, Casemiro e Fernandinho não podem (e não devem) jogar juntos.
Tite optou por começar os últimos dois jogos (contra o “mistão” da Alemanha, em março, e contra a Croácia, no último domingo) com os dois volantes como titulares, ao lado ainda de Paulinho, que atuou como um terceiro homem de meio de campo. E o esquema claramente não rendeu, principalmente no momento ofensivo.
Na primeira oportunidade, o quase “time B” alemão fez jogo duro contra a seleção, que foi a campo com o que tinha de melhor (desfalcada “somente” de Neymar, lesionado na época). Cinco dias atrás, diante da forte equipe croata, Casemiro e Fernandinho também tiveram dificuldades atuando lado a lado no primeiro tempo, que acabou num fraco 0 a 0. No intervalo, Fernandinho deu lugar a Neymar e a mudança de postura foi nítida: mais envolventes com a bola nos pés, os comandados de Tite venceram por 2 a 0, com o craque do PSG abrindo a contagem.
Isso não significa, porém, que o grande motivo para a evolução do Brasil nesse amistoso tenha sido somente a entrada de seu principal jogador. Esse mérito também deve ser dividido com a mudança tática da seleção, que, com a alteração, voltou para o esquema que o levou do modesto sexto lugar à liderança com classificação antecipada nas eliminatórias. Na ausência de Neymar ou alguém da sua mesma faixa ofensiva (Coutinho e Willian), fica claro que Tite não pode apostar na entrada de Fernandinho para atuar ao lado de Casemiro.
É preciso lembrar também que, para encarar a Croácia, a seleção estava desfalcada de Renato Augusto e Douglas Costa, que se recuperavam de lesão e podiam entrar no lugar de Neymar trazendo menos impactos ao estilo de jogo habitual desse elenco. Antes de Fernandinho para essa ocasião, porém, haviam outras opções mais harmoniosas, como Fred (recém-contratado pelo Manchester United), o contestado Taison (que, apesar disso, pode fazer exatamente a mesma função) e quem sabe até Roberto Firmino (que vem de excelente temporada e tem habilidade para atuar mais distante da área adversária.
Para deixar claro, não há aqui contestação alguma ao futebol de Casemiro e tampouco de Fernandinho. Pelo contrário. Se não estão entre os três, configuram no máximo entre os cinco melhores do mundo na posição em que atuam. O problema é que, no estilo de jogo da seleção brasileira (e na maioria dos estilos de jogo do primeiro escalão do futebol moderno), não há espaço para dois primeiros volantes entre os titulares. É um ou outro.