A história do juiz Fábio Esteves, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), virou um livro infantil. O magistrado, que estudou direito na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) em Paranaíba, teve uma trajetória inspiradora. Ele chegou a dormir na escola, que ficava longe de casa, para não perder as aulas. Hoje, Fábio atua como juiz instrutor no gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.
Intitulada “Fabinho, da roça aos tribunais”, a obra foi escrita por Claudine Bernardes e ilustrada por Alexsaymour Batista. O livro narra a trajetória de Fábio desde sua infância até alcançar a magistratura.
Filho de um trabalhador rural analfabeto e de uma empregada doméstica, Fábio cresceu na zona rural de Chapadão do Sul, Mato Grosso do Sul. Ele morou na escola, localizada a 23 quilômetros de sua casa, para não perder as aulas. Quando cursou direito na UEMS, Fábio era um dos únicos dois estudantes negros em todo o campus. Em 2007, ele passou no concurso do TJDFT e tomou posse.
“O livro surgiu de um projeto no interior do Mato Grosso do Sul. Depois, foi crescendo e virou um livrinho infantil, para o ensino fundamental. Conta minha trajetória a partir da zona rural, na roça, e como que, de alguma forma, o racismo atravessou aquele contexto, até a magistratura”, detalhou Fábio à coluna Grande Angular.
Fábio Esteves é mestre em direito pela Universidade de Brasília (UnB) e está cursando doutorado em direitos humanos na Universidade de São Paulo (USP). Além de suas funções no STF, ele também dá aulas no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
A previsão é de que o livro sobre a história do magistrado seja lançado em agosto.