Por forjar o próprio atentado em 16 de fevereiro de 2020, o deputado federal sul-mato-grossense, Loester Trutis (PSL), foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) ao STF (Supremo Tribunal de Justiça). O parlamentar deve ser investigado por comunicação falsa de crime, porte ilegal e disparo de arma de fogo.
Segundo o deputado, o carro teria sido atacado na BR-060, na saída de Campo Grande para Sidrolândia, com cinco disparos. No entanto, o parlamentar foi investigado pela PF (Polícia Federal) e acusado de ter simulado o atentado que descreveu na Superintendência da Polícia Federal.
Na época, um relatório da PF de 293 páginas apontava o passo a passo para desmentir o atentado sofrido por Trutis.Um dos seis pontos que a Polícia cita no documento, é que o veículo descrito como autor dos disparos foi ‘exaustivamente procurado e não foi localizado’, mesmo com a análise de todas as câmeras de segurança instaladas no percurso feito pela dupla.
“Tanto o deputado federal Loester Carlos Gomes de Souza quanto seu assessor Ciro Nogueira Fidelis faltaram com a verdade durante os seus depoimentos”, traz um dos trechos. No documento encaminhado ao STF, a PF pede o indiciamento Trutis e do assessor. Segundo o G1, que teve acesso à denúncia, o procurador-geral da República, Humberto Medeiros, afirmou que a narrativa do deputado é “falsa”.
“O que de fato ocorreu foi uma verdadeira simulação de tentativa de homicídio, na qual o parlamentar (A) e seu assessor (B), portando irregularmente arma de fogo de uso permitido, efetuaram disparos em via pública (estrada vicinal adjacente à Rodovia BR, 060) contra o veículo”, apontou Medeiros. Além disso, a PGR considera que Trutis tentou utilizar o ocorrido de forma política, já que fez diversas postagens sobre o assunto.
A Procuradoria-Geral afirma que ele assumiu papel de ‘vítima’ em razão de embates políticos. Assim, destaca que “considerando que o porte de arma é uma pauta política defendida intensamente pelo deputado Loester Trutis; o parlamentar, ao noticiar o episódio, atribui ao porte de arma a ausência de lesões e, até mesmo, o escape da ‘morte’”.
Então, cabe ao STF analisar a denúncia. Caso seja recebida, a acusação torna Trutis réu e a tramitação não possui prazo para ser realizada.
Fonte: MidiaMax