Artigo – Onde Você Quer Estar Quando o Futuro Chegar?

Aos vinte e três de setembro de dois mil e dezoito, dirigi-me ao Credicard Hall, em São Paulo, para assistir a palestra com tema “Onde Você Quer Estar Quando o Futuro Chegar?”, ministrada pelo Dr. Leandro Karnal.

Filosófico, o Dr. iniciou a palestra de forma provocativa perguntando aos ouvintes “o que nos trouxe aqui onde estamos? O que fizemos nos trouxe aqui?”. Respondeu dizendo que as nossas decisões diárias determinam os lugares que ocupamos na vida, ou seja, somos livres para decidir para qual inferno iremos nos conduzir.

Provocativo indaga “qual é a nossa liberdade? E qual é a liberdade das treze milhões de pessoas desempregadas?”. E, também respondeu, dizendo que cada pessoa tem uma resposta diferente sobre um mesmo assunto e essa resposta será de acordo com as vivências de cada indivíduo.

O Dr. disse que o fato de comermos lentilha, por exemplo, na virada do ano e crermos que esse gesto será a garantia de sucesso, chama-se ‘pensamento mágico’, que segundo o mesmo é a espécie de um amuleto, pensamentos positivos, ações.

O mesmo disse que precisamos ter ação, pois, é ela que abre o caminho, a possibilidade e a consequência. Irônico, disse que, como não somos Deus, logo não somos onipotentes para dizermos ‘faça-se a luz’, portanto, na condição de humanos devemos agir para que as coisas aconteçam, e, citou Marx, dizendo que “a religião é o ópio do povo”.

Dando sequência a Palestra,  Karnal falou que quando os outros determinam um lugar de sucesso nós precisamos ver se para nós aquele é um lugar de sucesso e fazemos isso nos perguntando “onde é o meu lugar de sucesso? Onde está de fato a minha ideia de sucesso?”. E seguiu, dizendo que a primeira resposta da filosofia socrática para esse tipo de perguntas foi o conhecimento de si, conhecimento psicanalítico de uma realidade interior, conhecer aquilo que não está enunciado. Segundo o Professor, quanto mais conhecemos nosso domínio interior, mais iremos entender milhões de perspectivas de tempo e futuro.

Provocou, ainda, dizendo que devemos nos indagar se nós controlamos o futuro ou se o futuro nos controla. Com o brilhantismo inicial, esclarece que não podemos controlar o futuro, afinal estamos aqui (onde estamos) por uma série de decisões que tomamos no passado, afirmando que não existe um conhecimento do futuro, porque este tempo nunca chega, ele está além do nosso controle e da nossa capacidade, todos morreremos. Nós somos livres, no entanto, é bom lembrar que não há prêmio ao final- racional lembrou que quando a morte é, nós não somos!

Seguiu articulando sobre perspectivas, o mesmo falou que aos dezesseis anos de idade ninguém dá importância para o dinheiro ou para investir em si, na sua profissão, no entanto, ele diz que quando a necessarie de remédios se torna maior, então, nos preocupamos com dinheiro, enfático ele disse: “a importância do dinheiro na sua vida será maior aos sessenta e seis anos do que hoje”, e ressaltou a importância de nos prepararmos para esse momento.

Na sequência perguntou: “o que é planejar?”. Didático, disse que planejar é estabelecer pequenos e médios passos, mas, esses passos não podem conter felicidade somente no final, segundo ele temos que planejar um projeto que tenha felicidade no meio e  no fim, conceito apresentado com brilhantismo pelo Dr., sugerindo, uma ressignificação em nosso modo de  pensar a vida repudiando tantos conceitos enferrujados de uma sociedade que assiste comédias românticas e acredita que há que se sofrer o processo todo para ser feliz somente no final, pensamento esse que mantém juntas pessoas infelizes.

 O Professor sugere que todos nós podemos alcançar nossas metas sendo estratégicos, e, define estratégia, como a capacidade de viver pequenos projetos a certo tempo, bem como, obter o sucesso final com pequenos sucessos, e, ainda, a capacidade de juntar lugar, tempo e vontade. Conceituou, também, sucesso, que segundo ele é uma sucessão de acontecimentos.

O Historiador disse que se nós queremos mudanças temos que sair daquilo que fizemos até agora, e, indaga “por onde começar?”. Em seguida, explicou que a melhor forma sempre é começar pelas coisas mais fáceis, e exemplificou parafraseando um jargão popular: “só por hoje eu não farei isso!”. O Professor disse que o pequeno passo dá segurança, ou seja, o que queremos no prazo que queremos. Uma forma de transformar esse conceito em ação é saber onde se quer chegar nesse curto prazo e a partir daí trabalhar para isso. A nossa decisão primordial tem que ser para o sucesso e depois disso para muitos e muitos sucessos. Uma mudança de vida não é o que resolve toda a vida, mas, é um sucesso.

Mais uma vez, o Historiador interrogou a plateia: “o que me atrapalha na verdade?”.

E respondeu, dizendo que os maiores sabotadores de projetos quase sempre somos nós mesmos, frisando que, geralmente temos um objetivo e trabalhamos arduamente para o destruir. Ele diz que a todo instante temos condições de criar e dar vida a coisas muito pequenas e práticas, podemos parar de viver no modelo da existência e viver a essência, considerando que nós somos os pintores da nossa existência, devemos saber que não escolheremos as tintas todas, nem todos os pincéis, mas, poderemos escolher como utilizar cada um deles.

Enfim, o que se pode compreender de todo a explanação de Karnal , é que a nossa história é construída diariamente, segundo ele, “transformar carvão em diamante deve ser o nosso desafio diário”, tentar melhorar de nossos defeitos enormes e passar a valorizar as pessoas que estão perto de nós é um indicativo de que caminhamos para a felicidade, talvez, um grande passo seja reconhecer a felicidade em cada processo e deixar o resultado final onde ele deve de fato estar, no final. E, para encerrar, é bom lembrar que ter dores no meio do caminho é natural na busca por caminhos, e essas mesmas dores poderão nos deixar melhores ou piores, mas, sempre, de acordo com o que decidirmos, uma vez que em cada situação temos uma chance.

 

Jornalista, fotógrafo, editor chefe do portal InterativoMS e apaixonado por inovação e política.

One Reply to “Artigo – Onde Você Quer Estar Quando o Futuro Chegar?”

  1. o futuro é uma ilusão, não existe. pois quando voce chega “nele” ja é presente e depois que passa é passado, portanto o futuro é uma ilusão. jamais alguem consegue chegar no futuro cara. acorda pra vida vai.

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